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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O que é que eu sou?


O que sou eu afinal?
Serei uma pessoa séria, adulta, honesta?
Serei eu a pessoa respeitadora, sincera, preocupada que acho que sou?
Serei apenas egocêntrico como às vezes me vejo?
Serei eu um manipulador de tudo e todos, incluindo o mais profundo eu?
Serei eu apenas escravo de uma mente condenada pelos erros, 
pelos momentos, 
pelas perdas que não quis conquistar?
 
Será que as pessoas realmente me vêem?
Será que acreditam naquilo que em mim sentem?
Ou será que me olham e sentem que sou tudo, 
e de repente, 
sou tudo menos aquilo que eu sou? 
...
Estou na idade das perguntas sem resposta...
 
Navego por entre este mar enorme da minha memória, procurando em mim razões para esta minha maneira obsessiva de atingir o bem estar dos outros, de criar grandes afectos com os meus sonhos, de fazer crescer sentimentos que pago com todas as lágrimas que caem dos meus olhos... lágrimas que no fim acabam por ser pagas também, com rostos salgados pelos olhos de todos os que eu gosto...

Quem sou eu afinal?

Serei anjo, serei demónio... serei sorriso, serei pranto... 
Serei igual a todos os outros... serei espanto? 
Terei eu asas que não sinto? 

Julgo porém, que o que sou, o que vou sendo,
 é sempre claro em cada momento, 
em cada gesto, 
em cada sorriso, 
em cada tormento...
 
Sou sempre o melhor que posso ser!

Um dia ao percorrer as paisagens onde o meu mar me leva, 
perguntei a uma sereia:

"Achas que me podia ter aproveitado de ti?  

E a resposta foi:

"Sim!"

Contudo continuo com a pergunta:
O que é que eu sou?
 
(12 de Março de 2010)

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