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sábado, 24 de setembro de 2011

Sulcos


Enquanto as águas sulcam outras que param no decurso da minha vida, 
na minha mente surgem imagens, passagens, viagens… 
lembranças de temas, conversas, risos e choros lamechas. 
Quão profunda e turbulenta tem sido a passagem pela minha história. 
Num segundo, as minhas expressões mudam, entre o alegre e o triste, 
o aliviado e o saudoso, entre o choro e o gozo… 
e tudo é registado em reflexos metálicos que passam, nas sombras que deixam…
aqui neste ponto, longe de tudo eu noto, que existe uma grande viagem para fazer, 
e que inevitavelmente, 
vou continuar a sofrer, a ganhar e a perder, 
a ensinar e a aprender. 
Sei que muitas vezes, para muitos, serei aquilo que parecer, 
e parecerei para outros tantos, aquilo que não serei… 
não é jogo, não é fogo, 
não é verdade, não é logro, 
é apenas uma viagem… 
um conjunto de pegadas minhas, deixadas ao acaso, 
na paisagem, da minha passagem.
20 de Outubro de 2010

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

"Que parva que eu sou..." - Deolinda


Noam Chomsky desenvolveu a lista das "10 estratégias de manipulação” dos princípios  sociais e económicos de forma a atrair o apoio inconsciente  dos meios de comunicação para a manipulação.

1.- A estratégia da distracção:
O elemento primordial do controlo social é a estratégia da distracção que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas..
A técnica é a do dilúvio ou inundação de contínuas distracções e de informações sem importância.

A estratégia da distracção  é igualmente indispensável para impedir ao público interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. 

”Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais,  atraída por temas sem importância real.
Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar.

(Citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).


2.- Criar problemas e depois oferecer soluções:
Este método também é chamado:
“problema--> reacção--> solução”.

Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reacção no público, a fim de que este seja o suplicante das medidas que se deseja fazer aceitar.,

Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o requerente de leis de segurança e políticas, em prejuízo da liberdade.

Ou também: 

Criar uma crise económica para que o povo  aceite como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

Noam Chomsky desenvolveu a lista das "10 estratégias de manipulação” dos princípios  sociais e económicos de forma a atrair o apoio inconsciente  dos meios de comunicação para a manipulação.

3. A estratégia da gradualidade:

Para fazer que se aceite uma medida inadmissível, basta a aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, num prazo alargado.


Dessa forma, as novas condições impostas, as mudanças radicais são aceites sem provocar revoltas.


4. A estratégia do adiar :
Outra maneira de provocar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.
É mais fácil aceitar um sacrifício  futuro que um sacrifício imediato.

 Primeiro, porque o esforço não é imediato.
 - Segundo, porque a massa, ingenuamente crê que “amanhã tudo irá melhor” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado.
 Isto dá mais tempo ao cidadão para se acostumar à ideia da mudança e de a aceitar com resignação quando chegar o momento.


5. Dirigir-se ao público como a criaturas de pouca idade:

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entoações particularmente infantis, muitas vezes a roçar a debilidade, como se o espectador fosse uma criança ou um deficiente mental. 
Quanto mais se tente procurar enganar o espectador, mais se tende a adoptar um tom infantil. 
Porquê?
“Porque dirigir-se a uma pessoa como se tivesse 12 anos ou menos, tenderá, por sugestão, a provocar respostas ou reacções mais infantis e desprovidas de sentido crítico”.


6. Utilizar o aspecto emocional muito mais que a reflexão:

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional, e neutralizar o sentido crítico dos indivíduos. 

Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injectar ideias, desejos, medos e temores, compulsões, ou  induzir determinados comportamentos.


7. Manter o povo na ignorância e na mediocridade:

Fazer com que o público seja incapaz de compreender a tecnologia e métodos utilizados para seu controlo e  escravidão.

“A qualidade da  educação dada às classes sociais inferiores  deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distancia entre estas e as classes altas  permaneça inalterada no tempo e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidades para todos.”


8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo pelo intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal.


9. Reforçar o sentimento de culpa pessoal:
Fazer crer ao indivíduo que ele é o  único culpado de sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, de capacidade, de preparação ou de esforço.

Assim, em lugar de se revoltar contra o sistema económico e social, o indivíduo desvaloriza-se, culpa-se, gerando em si um estado depressivo, que inibe a sua capacidade de reagir

E sem reacção, não haverá revolução.


10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem:

Nos últimos 50 anos, os avanços da ciência geraram uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas elites dominantes. 
 Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o Sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicológica.
O Sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece.

Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um  maior controlo e poder sobre os indivíduos, superior ao que pensam que realmente tem.

Pois é!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Quero ser grande...

 
Não fossem os dedos capazes de carregar as interrogações dos meus dias, e eu viveria na ignorância profunda que é conhecermos metade de nós próprios...
E por cada pergunta que faço, normalmente surgem centenas de outras perguntas, às vezes disfarçadas de respostas, que não são mais, que as minhas raízes a crescer dentro de mim próprio...
Não sei como vivia antes... como conseguia manter dentro de mim todas estas coisas... as que carrego e as que acabo por descarregar de outras formas...
Eu, os meus dedos, este teclado, este monitor, somos hoje mais que uma pessoa, muito mais que a pessoa que já fui...
É certo! Muitas vezes só nos apercebemos do que somos, quando em conjunto, colocamos preto no branco as letras, e que ao entrarem de novo em nós, completam a forma de ver o mundo, o nosso e o dos outros... ver de dentro para fora, e de fora... para dentro de nós mesmos...

Tenho hoje mais orgulho em mim, pelas coisas que consigo questionar, do que antes, quando vivia concentrado em apenas fazer, o que sabia fazer... 
Por outro lado, também as perguntas necessitam de respostas, e são tantas que adensam o rol de inseguranças, de medos...
Crescer em altura, largura é fácil. Basta esperar pelo tempo, abrir e fechar a boca, enquanto empurramos para dentro de nós alimento.
Mas crescer por dentro, sem que isso pareça possível por fora, é uma tarefa bem mais difícil, mas ao mesmo tempo, muito mais compensadora...
Podemos aumentar ou diminuir de tamanho, basta dosear o alimento, mas por dentro, com mais ou menos pensamento, com mais ou menos sentimento, com mais ou menos discernimento, nunca ficaremos iguais ao passado, nunca mais seremos, tão pequenos como já fomos...
Hoje sinto-me maior por dentro... era tão pequenino eu por dentro...
(...)
Agora, quero ser grande... maior em cada dia... e não me assusta a falta de assunto para a escrita, a falta de assunto para a vida... o processo está em andamento, e eu serei cada vez maior, até ao dia em que serei grande, mesmo muito grande...muito mais que metade de mim próprio!

27 de Outubro de 2010

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Confiança!

"Nem os homens cegos confiam cegamente nos homens..."

Vidas

 
 
Umas mais perfeitas que outras... ouvi dizer!

Não existem vidas perfeitas... não existe tal coisa... Seria a minha vida mais perfeita, se tivesse tirado um curso superior em vez de ter começado a trabalhar aos 18 anos? Ou seria mais perfeita se em vez de ter vivido amores, me tivesse reservado para um amor? Seria mais perfeita se em vez de ter perdido os meus pais e com eles a minha infância, tivesse que viver a sua decadência, o finar dos seus dias sem qualquer elegância? Seria mais perfeita se em vez das esquerdas da vida, tivesse tomado as direitas, indicadas por todos, como ideais à partida?

Não sei!

O que sei, é que na minha vida, às vezes, tudo me parece perfeito e tudo me parece ter acontecido de forma imperfeita... tudo me puxa para dentro dos lençóis escuros para que não veja, não sinta, e tudo me faz saltar da cama, na busca da luz, na busca de um perfeição às vezes milimétrica... tudo me doí e tudo me dá prazer... mas o que me custa mesmo, são os intervalos entre estes dois mundos... os intervalos em que nem avanço nem paro... os espaços em que nem sinto uma coisa, nem sinto a outra... os minutos em que não estando morto, também não vivo!

É disso que eu fujo... porque percebo agora que quando falamos de VIDA PERFEITA, a palavra importante é a Vida!

12 Janeiro de 2010

domingo, 18 de setembro de 2011

Um filho...


Não sei se as pessoas já se aperceberam, mas a partir do próximo ano estão previstas medidas muito duras, muito além da troika.

Estima-se que até 2015, os portugueses chamados da "classe média-baixa" - rendimentos individuais a partir dos 1500 euros/ mês - percam 40% do rendimento.

Significa isto que quem ganha 1500 euros, viverá como se ganhasse 900 euros.
Quanto será que sobra a estes portugueses actualmente no fim do mês?

Bem me parecia...

Ah! Já agora, se duvidam desta percentagem, aumentem aos valores pagos em Junho, 17% já e mais 30% a partir de 2012 de luz, 17% já e mais 25% a partir de de gás, 25% de transportes, 25% de seguros, 2% de taxa de juro, 15% no tabaco, 10% nos almoços e jantares, 25% nas taxas municipais sobre o lixo e saneamento...

Talvez não seja assim tão para além da troika... talvez sejam apenas despedidos... com menos tempo de subsidio, com subsidio inferior... valha-nos ao menos o rendimento social de inserção... mas cuidado! Primeiro têm que dar a casa ao banco, depois têm que passar alguma fome, e depois talvez, talvez tenham direito...

E por isso, quem é que raio quer saber se o filho tem ou não tem um Magalhães?!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Melhores dias...

 
"Porque nos negócios e na vida, temos que estar preparados para tudo incluindo a falha, resta-me desejar que o futuro nos traga melhores dias e menos motivos de reclamação. Trabalharei nesse sentido."
 
 
 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A liberdade não é a meta!


"Na vida nada se esquece, tudo muda, tudo se transforma... e tudo retorna, de uma qualquer outra ou igual forma, a entrar na nossa história..."

"Às vezes as mensagens são ditas para toda a gente, apenas porque no meio de toda a gente, existe alguém a quem queremos dizer... outras dizemos a alguém apenas e a mais ninguém, porque não temos coragem para o dizer, em alto e bom som, a toda a gente..."

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Vocês estão a brincar com a vossa vida...


"Eles sabem aquilo que nós não sabemos. A aliança está a ser feita: o governo de salvação nacional!

Um governo que terá 80% dos votos e que governará sem alternância, quanto mais alternativa. Estarão todos prontos para o festim?

É inacreditável o estado a que chegamos, o que retorna a uma das minhas reflexões mais dolorosas: José Sócrates incomodava sobretudo pessoas do próprio partido socialista. E isto, desde 2005!
Pois não era esperado que Portugal escapasse 6 anos a este lapidar do bem estar social.


Pois então está tudo a formar-se, o puzzle tem já poucas peças por encontrar e juntar.

Continuem assim e a revolução de 26 de Abril não será contra o governo e contra as politicas da mentira, do desdizer, do enriquecimento pessoal à custa dos contribuintes... será sobretudo uma revolução contra os novos ditadores que enganam o povo como nunca. Seremos pobres certamente. Seremos atirados para os profundezas do subdesenvolvimento que os nossos filhos verão chegar ainda dentro de nós... mas se sobrevivermos 5 minutos enterrados a 7 palmos, por baixo dos nossos pés estarão as cabeças de todos os que participarem no saque... sejam eles mais ou menos fantoches, sejam eles mais ou menos respeitados, sejam eles mais ou menos amorosos ou simpáticos... sejam eles mais ou menos defensores do amor e das pessoas.

A situação é grave e a falta de vergonha e de respeito por quem vive o dia a dia neste país enfiado na merda pelos 'playmakers' políticos, é colossal!

Julgam talvez que faz parte da brincadeira usar e abusar da nossa vida. Pois eu acho que como português, e como muitos certamente, tenho dentro de mim uma parte da costela de Aljubarrota que diz com a força que uma seta apontada ao peito parece não ter:
'
vocês estão a brincar com a vossa vida... não com a nossa!'"

...base para o futuro! Tudo ao mesmo tempo...



"Depois de uma fase da minha vida em que o egoísmo (acho) nunca esteve presente em mim (e falo dos últimos 10 anos pelo menos) vivo uma nova fase de absurdo (às vezes) egoísmo.

Mesmo no lamentar que transmito quase sempre em código faço parecer que apenas eu e só eu sofro neste mundo... quando na verdade eu apenas tenho o que eu mereço... e o que eu mereço, é passar por todas estas coisas.

Sou eu que me magoo... e quero que continue assim. Eu continuo a magoar muita gente... e será assim durante algum tempo... espero que não muito...

Não sei já se sou vítima ou se me faço de vítima... se ser vítima me traz alguma vantagem... não sei!

Sei que a procura e o caminho que preciso de fazer, não me permitem prometer ou continuar a prometer coisas que não posso cumprir... nem mesmo a presença.

(...)Existe a possibilidade de a minha vida se tornar desagradável e degradante no tempo... como me parece que já está a acontecer.
(...)
Pois quero passar por isto o mais sozinho possível. Nem sempre consigo é certo. Mas à menor tentativa de ajuda eu fujo... o frio na barriga que sinto faz-me pensar que não quero que me vejam... que saibam o que penso e o que eu sinto....

E por isso encarno hoje um outro "eu" que eu não conhecia.... o tal do "viver" ou "sobreviver"... faço a minha filosofia, a minha psicologia... sou paciente e tratamento... tudo em mim! Tudo ao mesmo tempo...

(...)Muitos poderão pensar que não... mas eu sei que nada tenho de bom a dar. E para dar coisas más, já me chegam as que dei.

Não lamento as coisas boas que tentei fazer... (...)
Ainda andam por aqui adormecidas... pois proibi-as de acordar...

Tenho que "chutar" a minha vida para a frente... no fundo, acredito no destino... pois certamente é o destino, o meu destino!

Dias há em que sei que nada tenho a temer... afinal de contas, tudo está previsto, visto até e revisto... vai acontecer como tem de acontecer. E nunca é fácil perceber isso.
(...)
A merda do presente... nem sempre é a pior base para o futuro!"

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Atrás de mim a luz que tarda,
na minha frente a parede despida,
ao fundo de mim a roupa que a fuga trava...
fosse apenas esta e nunca na estrada,
a merda da minha vida...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

"Este é o Prólogo"


Deixaria neste livro
toda minha alma.
Este livro que viu
as paisagens comigo
e viveu horas santas.

Que compaixão dos livros
que nos enchem as mãos
de rosas e de estrelas
e lentamente passam!

Que tristeza tão funda
é mirar os retábulos
de dores e de penas
que um coração levanta!

Ver passar os espectros
de vidas que se apagam,
ver o homem despido
em Pégaso sem asas.

Ver a vida e a morte,
a síntese do mundo,
que em espaços profundos
se miram e se abraçam.

Um livro de poemas
é o outono morto:
os versos são as folhas
negras em terras brancas,

e a voz que os lê
é o sopro do vento
que lhes mete nos peitos
— entranháveis distâncias. —

O poeta é uma árvore
com frutos de tristeza
e com folhas murchadas
de chorar o que ama.

O poeta é o médium
da Natureza-mãe
que explica sua grandeza
por meio das palavras.

O poeta compreende
todo o incompreensível,
e as coisas que se odeiam,
ele, amigas as chama.

Sabe ele que as veredas
são todas impossíveis
e por isso de noite
vai por elas com calma.

Nos livros seus de versos,
entre rosas de sangue,
vão passando as tristonhas
e eternas caravanas,

que fizeram ao poeta
quando chora nas tardes,
rodeado e cingido
por seus próprios fantasmas.

Poesia, amargura,
mel celeste que mana
de um favo invisível
que as almas fabricam.

Poesia, o impossível
feito possível. Harpa
que tem em vez de cordas
chamas e corações.

Poesia é a vida
que cruzamos com ânsia,
esperando o que leva
nossa barca sem rumo.

Livros doces de versos
são os astros que passam
pelo silêncio mudo
para o reino do Nada,
escrevendo no céu
as estrofes de prata.

Oh! que penas tão fundas
e nunca aliviadas,
as vozes dolorosas
que os poetas cantam!

Deixaria no livro
neste toda a minha alma...

Federico García Lorca, in 'Poemas Esparsos'
Tradução de Oscar Mendes

Estreitos são os caminhos da justiça.


"Triste este meu povo. Pagarás com as lágrimas tuas e dos teus, a injustiça de teres tido a oportunidade e não teres visto a realidade. O teu heroísmo do passado, agora contrasta com o soluçar nas almofadas. Nas tuas e nas dos teus, onde a tua consciência é mais valente que todas as tuas valias do passado, em que acusavas que não tinhas liberdade.
Pobre meu povo, que gritaste e te sentiste com coragem até de matar o herói, e que agora te aninhas no silêncio, no cabisbaixo da mediocridade, quando te roubam tudo o que tens e ainda te responsabilizam, por tudo aquilo que não tiveste. Pobre povo português que com heroísmo em tempos de paz e esperança te julgas forte... o teu calvário começou no dia em que exigias justiça... e eras injusto!
Sofrerás na solidão vazia a saudade de quem te deu a oportunidade... verás todos os teus cair em torno de ti... mesmo de fome... mesmo de fome!
Lembra-te meu pobre povo, que foste tu que escolheste, confiaste em quem não te respeita, nesses indecorosos e gulosos papistas, e com isso escolheste quase sem retorno, viver na estreiteza de vistas."