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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Foi assim...


...que acabei algo!
Eu que sempre andei pendurado em todas as coisas sem nunca as conseguir completar, acabei algo.
Não sei se meu ou se lido em algum lugar, tinha um múltiplo desejo: Fazer um livro, uma canção e uma exposição. Exposição de quê nunca pareceu importante, como se fosse possível expormos qualquer coisa, bastando para isso querer. Hoje parece claro que será uma exposição de fotografias. Mas não! Não será uma exposição de fotografias...

Por entre este escondido do tempo, e ao passar as horas nestas teclas presas umas vezes e tão ágeis noutras tantas, imaginava este blogue como um longo rolo de papel que não acabaria nunca.

Mudei as cores. Apaguei e reescrevi textos. Adicionei imagens. Imagens minhas! Arquivei e fiz desaparecer coisas parvas, outras boas...
Recuperei e mantive as datas, outras revivi as horas mas deixei que parecesse que foi naquele dia a escrita... e não terá sido aquele dia, o dia da escrita?
Talvez ninguém tenha notado a repetição da história...

Seja como for, acabei!

Estes são relatos tristes! Não tenho dúvidas disso. São palavras duras, exageradas muitas vezes.
Gostaria de ter mais espaço para o humor que também tenho. Ou então para descrever rotinas complexas mas apaixonantes sobre o rodopiar do mundo... fiquei-me essencialmente pelas que estão aqui, tão claramente à mostra.

O tempo urge! Agora uma pausa. Depois um súbito encaixotar de memórias. Uma cara, um corpo e um vazio dentro. Um começo memorizado passo a passo... Uma forma! Gostava que existisse inovação na contra capa.
Talvez aproveite o investimento chinês tão perto de nós agora...

Gostava de vender. Sim. Mais do que vender, gostava de ver gente a comprar. Não pelo dinheiro ganho, mas por ter valor para o dinheiro gasto. Mas talvez a realidade seja a oferta de alguns exemplares aos meus queridos pelos momentos da minha memória.

Talvez quem sabe, eu esteja até pousado ou enfiado ao pé de Torga ou Camilo, numa qualquer secretária, em algum momento! Ou alguém use e abuse de uma frase minha, ou quem sabe, até ser lido perante uma plateia de adormecidos futuros, por alguém que goste mesmo muito de mim...

Não sei...

Talvez me orgulhe um dia disto.
Talvez sinta vergonha e tente fazer crer que nada disto foi meu.
Talvez me sirva apenas como auxiliar de memória do que fui.
Talvez me faça sorrir! Não por ter nascido e crescido e vivido anónimo, não por continuar anónimo, mas porque, na maior parte do meu tempo, eu fui quase anónimo.

Obrigado pela presença, pela visita. Obrigado por tudo.

M.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Apetecia-me partir!

Apetecia-me escrever mas deitei fora o papel.
Apetecia-me falar mas dentro secou tudo, excepto o fel...
Apetecia-me amar mas destruí o meu jardim, e fiquei por aqui assim, um murcho qualquer, num canto em malmequer, que o Céu não consegue olhar, ou desejar sequer...
Apetecia-me cantar mas a letra desaprendi.
Apetecia-me esvoaçar! Mas para onde? Se me perdi...
Apetecia-me gritar mas não assim! Não de raiva, não de desespero, não na estrada de asfalto sujo, gasto...esfolado em mim! Não na história que não vivi... não na sombra do que já senti!
Apetecia-me andar... mas para quê? Se está tão perto o fim...
Apetecia-me chorar... mas não por ti!
Apetecia-me roubar o sonho que não mais sonhei e que maltratei e que gastei e desbotei nas gotas do meu olhar que ao deitar, ao de leve... eu esqueci!
Apetecia-me sorrir!
Apetecia-me fugir e os meus braços despir, abraçar as fragas que vi carpir... e fechar os olhos, sem medo de não voltar, enrolado num imenso ir...
Apetecia-me adormecer. E lá no fundo do meu sono, os meus erros esquecer!
Apetecia-me... apetecia-me partir!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Amor é cabana

"Amor e uma cabana não existe. Podemos achar que sim, que o amor tudo resolve. Mas eu sei que não. Amor e uma cabana, ganha a cabana!"

De um alto...


De um alto da minha longa viagem vos aviso, vos ensino, vos peço... viajai com a certeza que cada passo em frente vos acrescenta, mas não vos sintais donos do caminho! E que em cada frase por vós proferida ao próximo, não exista por dentro, a convicção de uma única direcção do vento.

Se for assim serei... se me acontecer assim farei... se não gostar assim deixarei... contra tudo e todos irei... se me deixarem sozinho ficarei...

As palavras e os pensamentos, têm o poder de tornar real o seu sentido.
As palavras, uma vez ditas ou pensadas, moldarão para sempre o nosso destino, pois tarde ou cedo o caminho, acabará por usá-las como pedras, grandes ou pequenas, claras ou escuras, contra os pés descalços da nossa viagem.

Não temais dizer, espalhar, incentivar os pensamentos! Da mesma forma, não sejais capazes de não os ouvir, de não os aprender, de não os valorizar! 
A vossa razão é apenas uma, e vós, mesmo fechados nas masmorras da auto-suficiência, não sejais surdos e cegos, julgando que falais sozinhos.

Pois,

de um alto da minha longa viagem vos ensino: 
a diferença entre o farei e o fiz existe!
Dareis, mais tarde ou mais cedo, conta disso!

domingo, 29 de janeiro de 2012

A esperança

"Não sei se felizmente ou infelizmente, e é claro que apenas em alguns casos, eu posso dizer "Eu sei como é!" ou "Eu sei como vai ser!". São coisas que com a vida que levamos acabamos por aprender.

Nem sempre a esperança reina por estes lados. Talvez quase nunca. Mas a vida também me diz para não a perder de vista e que sem ela, não há conquista.
E eu tenho esperança e não a perco de vista! Mas sei como é, sei como vai ser..."