Que dizes tu de mim?
De que me acusas?
Acharás que nas costas das histórias que te conto dos outros, existe a possibilidade de veres expor as tuas?
Acharás tu que a minha vida é um livro, de páginas ilimitadas, e que todas as coisas verterei nos olhos de toda a gente, sem que guarde nada para mim?
De que me acusas que eu não percebo?
Estarei eu condicionado na liberdade que passo para um mundo anónimo, onde a palavra 'quase', se torna às vezes, num total do meu mundo?
"Se falares tudo, ficarás sem nada para escrever..." e se escreveres tudo, ficarás sem nada para sentir...
E se os dias longos, nada forem capazes de sentir, sonharás sobre o quê, quando estiveres a dormir?
Que liberdade é a minha? Aquela que me deixam sentir? E se eu não quiser esta liberdade, estarei eu a atingir, a magoar, a infringir?
Falta um texto...
claro que falta um texto... faltam textos todos os dias... pois os meus dias, anónimos, são cheios de dias e de textos, que não tenho tempo para escrever...
Penso... talvez seja a prioridade das letras, aquilo que me prende a escrita... talvez eu não me organize... talvez tudo esteja errado... como pode?
Não pode?
Não sou eu que decido... eu apenas verto... umas vezes no momento, outras no tormento, outras ainda muito depois no tempo...
Que braços tenho abertos? Apenas aqueles que alguém quer?
Que sonhos tenho eu dentro de mim? Aqueles que não me lembro, aqueles em que acordo, muito antes do fim?
Não! Eu não mando no tempo, pois não mando no nada de nenhum momento... tudo acontece tal como tem de ser, não como quero que seja, mas como o destino quer quer seja.
Não sou dono de mim. Eu sou assim...
Uns vêem-me melhor que outros.
Não percebo a dor... mas lamento!
Será a fidelidade sinónimo de lealdade?
Ou será a lealdade a única forma de fidelidade?
Não sei... falta um texto! Falta sempre um texto...
Este deixo-o aqui!
Não está em mais lado nenhum...
Fica aqui... neste sítio onde o comecei... sítio este, que não escolhi!
M.
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