Páginas

terça-feira, 3 de maio de 2011

textos que deram que falar...



As meninas, os ditados e o WYSIWYG*

28 de Julho de 2010

Atenção:
 Isto não é uma crítica... é apenas uma visão... não engloba todas as pessoas, nem todos os cenários...

Vivemos num mundo estranho. 

Enquanto pessoa que idolatra as mulheres desde tenra idade, (quiçá por um qualquer complexo de édipo mal resolvido), sempre me questionei sobre as variadas formas como as personalidades femininas se manifestam em público... quer umas com as outras, quer com os homens em geral...


Desde sempre percebi que há de tudo. Sonsinhas que são umas malucas, malucas que afinal são sonsas, outras completamente sem sal e ainda outras tão doces, que gostamos tanto e tão depressa, que ainda mais depressa nos enjoam e acabamos por não suportar... quanto mais pensar que são uma possibilidade...

São raras as mulheres às quais podemos atribuir o estatuto de WYSIWYG*.

Como diz o ditado: "À mulher de César não basta ser..."

Mas o mais engraçado, é constatar que a forma como as mulheres se expressam, independentemente daquilo que são ou não, condiciona os homens à volta, fazendo com que exista toda uma serie de mal (ou bem) entendidos, e como acaba por levá-las, normalmente, para o lado oposto do que pretendem.
Vou tentar explicar...

Para começar, vou falar enquanto homem, e desafio desde já qualquer um a desmentir o que vou escrever.

O que procura um homem numa mulher? Confiança!

Sim! É a confiança que um homem sente, que faz com que se mantenha com uma mulher. Mas também procura outra coisa: o estímulo! (Foi a melhor palavra que encontrei). Esta segunda coisa é muito importante porque os homens tendem a sentir-se muito à vontade quando confiam muito numa mulher, acabando por desvalorizar e deixar de cultivar a confiança que a mesma mulher lhe dá, desviando o afecto, o foco da sua atenção, para outras coisas... não quero com isto dizer que a culpa é da mulher.

Das queixas mais usuais, ouço os homens dizer que em casa é sempre a mesma coisa, que é sempre carne, sempre carne e que gostavam de, às vezes, comer fruta...mas normalmente não contribuem em nada para que as coisas mudem... o que é estranho! (Mais tarde voltarei aqui para criticar(nos) os homens pelos desperdícios aos quais abrem a porta.)

Voltemos às mulheres... hoje as mulheres modernas são muito frontais, seguras e decididas. Pelo menos em conversa, em teoria!

Facilmente falam do que gostam e do que não gostam, provocam os homens e já não ficam à espera do que lhes pode cair em sorte. As mulheres perceberam que têm uma força enorme e que podem condicionar tudo à sua volta. Por isso é normal assistir a verdadeiras exibições de poder, de sensualidade, de força, sempre que aparece alguém eventualmente interessante nas redondezas.

Aqui entram várias tácticas.

Existem as sonsinhas. De sorriso branco, recatado e angélico. Parece que não matam uma mosca e julgo que esta atitude depreende ou espera que o macho se lembre do ditado: "As caladas são as piores!". De eficácia duvidosa, julgo que se continuam a existir é porque dá resultado. Depois existem as assanhadas! (Atenção ao ditado: "muita parra e pouca uva...) Aquelas que durante qualquer conversa têm sempre alguns pormenores que "elevam" a moral dos ouvintes. Usam trocadilhos e sorrisinhos marotos, muitas vezes até muito directas, tentando e conseguindo atrair a atenção do rapaz (e a ira das concorrentes que lhes atribuem logo o estatuto de p*ta).

Entre estes dois tipos, existem depois algumas camadas cinzentas, ora para um lado ora para o outro, tentando assim abranger um maior numero de candidatos.

Depois existem as Doces. As doces dificilmente conseguem competir com os dois tipos anteriores. Os homens, pelo menos numa fase inicial querem é acção e não cozedura.

Agora eu pergunto: Quer umas quer outras, o que é que lhes calha em sorte?

Os mesmos de sempre! Aqueles que querem dar umas voltas e depois mudam de passeio.

E porquê?

Eu explico. Não interessa se a mulher em si, é muito ou pouco fogosa, se é simples ou mais despachada, se faz o pino ou fica apenas deitada... o que interessa é a conversa à volta.

Vamos simular... uma sonsinha... arranja um rapazinho... se for mesmo sonsinha... o rapaz não demora 2 dias e está noutra. Se por outro lado, fazendo jus ao ditado, é uma jabarda, então durante algum tempo aquilo vai ser ouro sobre azul, até ao momento que o rapaz se começa a questionar em que é que ela pensa quando estão na esplanada com os amigos... estará calada apenas, de sorrisinho cândido na cara, ou estará a projectar a "jabardice" com outro... começam as questões "em que estás a pensar?", "estás a olhar para onde?", e lá se vai tudo ao ar...

Uma assanhada... se fizer jus ao ditado e for mesmo pouca uva... a coisa em 2 dias está despachada. Mas se for mesmo assanhada... ui! Durante algum tempo, vai ser ouro sobre azul, até que o rapaz ao ouvir na esplanada as mesmas frases que o cativaram, ao saber que a moça é mesmo fogo, começa a questionar "ouve lá, o que querias dizer com aquela frase?", ou então "Se quiseres ficar aqui com ele...", além de que o rapaz fica facilmente inseguro cada vez que existe um relativo afastamento, quer pelas conversas que não ouve, quer pelas coisas que não vê, e logo... vai tudo por água abaixo.

As doces? Esqueçam as doces...

Depois é vê-las queixarem-se que os homens não prestam, que só querem andar a curtir, que tararéu e tal...

O que esperavam?

A mistura que fazem entre a confiança e o estímulo é de tal forma mal feita que só conseguem atrair esse tipo de homens... e pior, mesmo que atraiam um homem porreiro, ao manter a mesma atitude, vão acabar por afastá-lo, vão acabar por fazer dele aquilo que ele nem era, mas passa a ser, como forma de se defender de um sentimento que pode crescer, por alguém que não transmite confiança, apenas estímulo...



A oferta cada vez é maior. Na juventude dos nossos dias, na juventude de alguns dos meus dias, noto que são os homens que têm hoje em dia, grande dificuldade em confiar, em acreditar... e se antes apenas procuravam incrementar quilómetros virtuais à existência, hoje vivem o pesadelo de carregar os quilómetros (virtuais ou não) das parceiras que os vão engatando pelo caminho da vida.


O mundo está a mudar... e as mudanças trazem coisas boas e coisas más... e se hoje a oferta é muita, também a qualidade da oferta é mais discutível... e há coisas que não mudam... porque pior que ser apelidado de mulherengo pelas mulheres, é um homem deixar-se enredar na vulgaridade de uma conversa de café, pior que deixar-se levar pelo excesso de confiança que o mesmo prato diário nos dá, é substituir a mesma, pelo estímulo evidente ou camuflado, que nas esplanadas nos é servido, no feminino...


Cada vez é mais difícil encontrar a mulher wysiwyg*, porque estupidamente, as mulheres de hoje, no desespero da tentativa de parecer o que não são, acabam por ser tratadas pelos homens, por aquilo que parecem!


Cada vez é mais difícil, cada vez mais os ditados, são difíceis de entender!


Nota: Frontalmente e em público, as meninas podem dizer: "Adoro chocolate", "Adoro caipirinhas","Adoro abraços", "Adoro gelados", "Adoro Flores", "Adoro Presentes", "Adoro Passeios à beira mar"... isto pode ser estímulo! Se de forma frontal ou dissimulada as meninas disserem: "Adoro sexo!" isto matará a possibilidade de uma relação mais profunda. Porque os homens nas horas flácidas da ausência, pensam nos estímulos que recebem, desmontam-nos, brincam com eles,  e tal como com os legos, o que pretendem construir à sua volta, é a confiança!


*WYSIWYG - é o acrônimo da expressão em inglês "What You See IWhat You Get", cuja tradução remete a algo como "O que você vê é o que você obtém"

Sem comentários: