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terça-feira, 10 de maio de 2011

Quando eu escrevia...


A verdade que me saltava dos dedos, 
a fuga para um mundo desconhecido, 
nascido num eu crescido, 

sonhador, 
criador, 
vivendo o esplendor, 

o escrever como quem respira, 
numa cantiga, 
que arrepia, 
sendo brisa...


No coração gravado, 

um amor, um fado, 

um outro lado, 

do meu passado...





Ser a Alice,

num país novo a crescer, 
a sentir, a conhecer, 

a pessoa 

que não fui,


que durante tanto tempo,
eu não quis ser...

Também eu sinto falta do sal 
que dos meus poros transpirava
 nas manhãs 

frias de inverno


que o amor fartava...


Já na altura a falta de tempo, 


para saborear,



doçura do sentimento, 




a liberdade de um momento, 




tão minuto, 


tão 
intenso... 

















O impressionar, 






o reinventar de um sorriso, 






de um 
feitiço...



















Estou apenas cansado, 
abafado, 
fustigado pelos dias longos 
que morrem 


cedo, 




que não percebo, 





dos quais recebo curtas histórias, 


sem 






vitórias...











Também eu sinto falta 
da minha glória
 na tela nascida em cada acordar,
em cada correr e saltar, 
em cada espreguiçar, 
em cada deitar...

Estou apenas cansado, 
apenas tentado, 
a morrer num sono profundo,

enquanto vivo, 
enquanto me sinto, 
enquanto me dispo, 



das vaidades que 


não me seduzem, 


não me iludem, 


não me conduzem 





às razões do peito...




Estou apenas cansado, 



apenas muito cansado...

27 de Abril de 2010

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