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domingo, 16 de janeiro de 2011

Ler meias coisas...


Compreendo as meias palavras roubadas para se levantar as pessoas caídas, os sonhos desfeitos... Compreendo e invento e uso frases descontextualizadas, com o objectivo de ajudar, de ajudar-me, de alegrar, para fortalecer, fortalecer-me...
É como se todo um problema, toda uma situação, toda uma dúvida, ficasse de repente resolvida ao deparar-me com algo que foi escrito há muito, ou há pouco, por alguém sábio que sentiu que precisaríamos de alento, precisaríamos do conforto, precisaríamos de um grátis conselho...

Não sou diferente de todos os outros afinal... todos usam, fazem, roubam, fotografam frases simples, mágicas... como se fossemos todos donos de um poder oculto, escondido, que entra em nós em forma de missão, que é "ensinar" os pobres dos outros... escondendo no entanto o texto real, de onde a frase foi extraída... talvez porque o texto não interessa, apenas aquela frase.
E eu compreendo isso... e eu faço isso... para ajudar, ajudar-me!

Mas não compreendo quem usa o mesmo método para magoar, para denegrir, para usurpar dos outros uma verdade que não deixa de ser verdade apenas porque é desconhecida... não compreendo que as pessoas pensem apenas nelas, no que querem, no que desejam, no que acham certo para si próprias, sem qualquer respeito por aquilo que os outros também querem, também desejam, também sofrem... mas ainda compreendo menos que coloquem, através de frases sentidas, (que são mais que um reflexo de grande ignorância), características, feitios, atitudes mal formadas, nos olhos de alguém que não merece esse tipo de frases...
Ignorantes! Sim ignorantes! Porque apenas conhecem a frase e não conhecem a essência, ou pregam a essência mas apenas valorizam o seu próprio desejo não cumprido... ignorantes porque acham, quando querem, que a vida é feita de "Sim" e "Não", quando a vida tem tanto de ambos juntos, e quase nada de nenhum deles separados, no somatório dos encontros e desencontros...
Quanto a mim 'criticador' hoje, apenas lamento os minutos que da minha vida roubo nas tentativas desvalorizadas de parecer aquilo que eu sou verdadeiramente: uma pessoa sem mágoas, sem criticas a fazer aos outros, uma pessoa culpada por teimar em afirmar que as pessoas não têm culpa alguma... porque as pessoas não têm culpa mesmo! As pessoas vêem é a preto e branco e eu é que tenho culpa, de ter nascido a cores!

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