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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um menino...

Vim do mar, assim como sou, como fui sempre...
encontrei-te...
iluminado por um farol que orienta vidas e não embarcações, 
que carrega sentimentos nas almas em vez de mantimentos nos porões...

Tenho ido e voltado vezes sem conta e não estou cansado... continuo pasmado... continuo tentado a agarrar a tua margem, a fincar as minhas mãos pequenas na tua areia, a ficar suspenso na tua costa, a entranhar-me em ti sem fazer força, a olhar a tua luz mesmo quando 'fosca'...

Gosto de soprar a minha brisa aos teus ouvidos, aos teus sonhos, aos teus desejos... e quando te toco e o silêncio reina, sei que é ele que mais me encanta, 
porque é o silêncio que me pensa, é o silêncio que me alimenta, é o silêncio que me sonha... um silêncio tão bom, que não me apoquenta!

Não sei se sou bom a escrever o que penso, o que sinto... não sei se sou melhor nas folhas ou nos sons que aos teus ouvidos pinto...
Não sei se serei algum dia mais do que isto... contudo persisto...

porque hoje a esta hora sinto, que enquanto dormes
 em ti existo,
e que a luz que neste momento não te enche por fora,
amanhã estará mais forte que agora,
e ao deixares que o meu mar pelos teus poros entre, enquanto os teus recantos explora,
sentirás certamente, que o meu gostar de menino é ainda maior, 
quando me vou embora...

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