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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ser Fruto!




M. - 34 anos, separado, isolado, entrincheirado num mundo virtual. Órfão desde cedo de pai, de mãe, de qualquer controlo, de objectivos, de sentidos, de caminhos, de desvios, de vocações, de orientações...

Vive suspenso na nuvem que a razão não alcança e que o coração cada vez que sopra, mais se cansa... e pára nas encostas da vida ganhando fôlego para mais um dia, até ao dia... até ao dia, da partida...

Amável. Sincero em cada volta ao texto que acrescenta, em que cada assunto que alimenta, com a força que de dentro impera, talvez alimentada pela dor da saudade eterna!

Apaixonado. Vive assim esventrado pelo que não deixa mas também não fica, pelo que ganha mas seu não toma, pelo mundo que faz sorrir quando não chora, e nas lágrimas que dele saem existe tão pouca luz... mas dor... quando se molha, ela existe de sobra!

Pueril. Quando no assunto sério ri do pensamento tolo, mas não sorri perante a figura nua, em carne e osso e desejo e lume, que numa noite louca, salta de um bolo...

Talvez seja este o momento. Talvez seja este o momento de renascer. De abandonar a nuvem que conforta mas não tem porta, apenas paredes vazias, transparentes, de medo revestidas, que anularam até hoje o desejo de lutar e crescer, de olhar o céu como se a sua casa esquecida fosse, e de lá no alto repartir, o sorrir orgulhoso do que é, do que foi, do que viveu... do que quis ser!

Talvez seja este é o momento. Talvez seja este o momento de renascer. Pois tal como as sementes, temos que entrar na terra, para dela tirar um fruto... seja qual for o fruto.

M.


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