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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sim ou Não? Talvez?


Rebusco as gavetas da minha memória. Encontro textos tão actuais que penso que os escrevi fora de época... a verdade é que o tempo passou e nada mudou... e talvez por isso, em vez de me sentir homem fora do tempo, me deva sentir homem de tempo nenhum...

A dado ponto dizia:

"Não posso ignorar isto, como se fosse um mero desabafo, uma confissão ou confidência... nada poderá ser igual depois disto...
Mesmo imaginando, por vezes, as trovoadas que te castigam durante as noites mais frias, nunca nos retratos que trago dessas visões, a tua tristeza me pareceu tão real, tão intensa...

Lamento e condeno-me por isso... e percebo agora que te devia ter mentido há muito. 
Devia ter-te mentido e ter-te poupado aos pormenores (..) insignificantes da minha vida, dia-a-dia, hora a hora... devia ter-te mentido e ter-te dito que nada significas para mim, que não penso no futuro, que não questiono o presente e que sei o que quero e o que não quero...

Devia ter dito não sempre que travei o meu sim...

Não estarias infeliz agora... quiçá até, estarias hoje mais feliz que nunca...

Mas não é tarde agora... nunca é tarde para fazer o que está certo... nunca pensei foi que o certo, fosse esconder o que sinto... a forma como vivo, como duvido, como vejo e como fujo de tudo aquilo que não digo.

Sou transparente e essa sempre foi, de sorriso rasgado, uma das minhas orgulhosas características... 
Já não estou certo disso!
Mas... nunca estou certo de nada, não é?

Fazes-me um pedido... o pedido mais difícil que já me fizeram.  Uma escolha entre o Sim e o Não, quando a única certeza que tenho é o Talvez. E o talvez, porque não mata mas também não cria, não fala mas também não ouve, não voa mas também não fica, apenas pode resultar numa caminhada onde só se ouve o silêncio.

(...)dificilmente farei o que não quero, e mesmo o que quero, não farei de forma fácil, desprendida, definitiva, se for por impulso...

Terás que te libertar sozinha... desculpa!

Não digo adeus nunca... não existe para mim o 'de vez'... mas viverei a partir de agora na vergonha do silêncio, no corado que sinto por olhar para a minha vida, e na dificuldade da escolha, rejeitar do destino a proposta, e escolher o que quero agora... e o que eu quero agora, é um indefinido Talvez!"
Às respostas que não casei com perguntas, digo que fica assim gravado no meu peito, a palavra que mais se repete nos meus pesadelos: um eterno, silencioso, merdoso e castrador 'nim'.

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