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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Uma janela...



Uma casa vazia, 
de paredes despidas, 
onde as janelas do dia, 
estão tapadas, vencidas, 
pelo mercúrio da ferida.

A porta que fecha, 
e desfez a brecha, 
por onde eu espreitava, 
e a minha alegria dava!

A chave lá fora, 
tão longe das esferas, 
sulcam no corpo agora, 
a distância das terras.


Quantos dias longos
cabem no vazio de um dia
quanto valem os tesouros
da vida que eu vivia...


Já tarde o meu coração aperta
e sangue sem cor injecta
nas veias da minha memória,
nas artérias da minha história.


Se páras não te acordo,
se respiras não te adormeço,
se me olhas, apenas te peço,
não me apontes, qualquer dedo!


Vida, não te faças rogada,
colocas-me outra vez
entre a parede e a espada?
aceitas o meu talvez
entre gemidos sem fala?


Não...
não aceitarás...
não... não aceitarás!
 
6 Out 2010

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