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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Homens que não partem...


Vagueou. Vagueou desde cedo... Nas estradas, nas letras, nos amores, nas lutas... Amou... Amou muito e durante muito tempo.
Morreu cego.
Morreu cego mesmo quando a pistola rompeu a fonte e a luz cheia de saudade entrou pela ultima vez, no último minuto escuro da sua existência.
Morreu.
Quem me dera ter nascido e vivido assim. Ter sorrido e chorado, ter sentido a dor depois de espancado, na cadeia fechado ou pelo amor desesperado...
Quem me dera ter assim sonhado e escrito... Quem me dera ter assim acabado... Assim... Cego e triste e magoado, sem antes ter relembrado, revivido os dias de fado... Dias ora tristes ora de luta, ora parcos na esperança, ora cheios de sensações e cores e sabores... Como salada de fruta...
Quem me dera uma história assim...
Mesmo sendo o fim como este fim.
Porque muitos vivem e morrem, mas poucos nascem com o dom de nascer e nascer e renascer...
Mesmo depois de morrer...

Hoje, eu conheci Camilo Castelo Branco.

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