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quarta-feira, 25 de maio de 2011

E eu percebo-os tão bem.



Como disse, gosto de ver o brilho de longe. Assim fiz! 
Nunca pensei passar-lhe qualquer recado. Nem mesmo o seu, sabendo que ele ficaria feliz.

No terminar da festa, e depois de ter fugido do sitio onde estaria dele tão perto, achei por bem ausentar-me com tempo.

Sempre gostei daqueles personagens importantes que deixam a alegria acontecer e saem de cena sorridentes, pelo sorriso dos outros.

Não sei por que fiz isso. Às vezes julgo que eu fui, também, peça importante naquela alegria, naquele entusiasmo...
Outras, caio na realidade da minha humilde importância, entre tantas pessoas importantes.

Fazendo uma média, que nada tem de aritmética, fico apenas feliz por ter sido eu... ter sentido tanto orgulho às vezes, por ser o que sou e por ter conseguido ser o que fui, ao defender desinteressadamente, aquele que tantos atacam.

Dizia eu que me ausentei... não escolhi o caminho... mas percebi mais à frente que era por ali que iria passar. O corpulento motorista não engana.

Estive tão perto. Estive quase para ajudar os seguranças a libertá-lo daquelas senhoras fanáticas (fanatismo bom), que não deixavam o "senhor" respirar.

Com a porta aberta, de pé no automóvel, acenava à população... e eu ali um metro atrás, apenas a olhar...

Mais uma vez saí e segui a rua... não mais que 10 metros não sei... pensava que "devia ter dado o recado da S.", enquanto 'acriançadamente', sorria do próprio pensamento...

Num segundo, olhei para trás e lá estava o homem sorridente, como quase nunca alguém o vê no palco.

Meio vidro aberto... talvez a minha cara rendida à admiração seja tão transparente que nem a segurança mais ou menos apertada de mim desconfia...

Apertei-lhe a mão durante instantes... mas nada lhe consegui dizer... muito menos o seu recado...

Mas ele, na sua visão tão à frente no tempo, terá percebido... julgo eu!

Enquanto eu agarrava a mão dele com vontade de ali ficar, ele disse-me "Obrigado. Até breve!"

Largou-me e o mercedes zarpou dali a grande velocidade...

Nem lhe disse... não nada consegui dizer.... mas ele terá percebido... julgo eu!

O obrigado foi para mim certamente!

A admiração desinteressada e fiel como a minha, merece o agradecimento, mesmo que não se note além da expressão do meu olhar ou da energia do meu rosto...

O "Até breve!" tenho a certeza...  foi-me dito, para lhe dizer a si...

As únicas palavras que consegui dizer nos segundos seguintes, foram para os seguranças que no automóvel atrás, se apressavam a acompanhar a subida...

"Boa viagem!"

Não me responderam...

E eu percebo-os tão bem.

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