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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Alimento (n)o Sonho!




Os sonhos não existem! Simplesmente não existem...
Não sei se os dias são mesmo assim, tristes! Ou então, se sou eu que não consigo ver a felicidade, nas horas que passam lentamente por mim e que eu não sinto... não sei! 
Talvez eu não seja capaz de sonhar, de valorizar o sonho, de fazer dele um ponto de partida, para a longa viagem que será atingir a realidade, desejada no próprio sonho!

Talvez viva perdido no tempo, na procura daquilo que também não sinto que exista: a minha própria existência!
Em alguns dos dias em que vivo desperto, penso em mudar tudo... 

Mas mudar o quê? Se sou ovelha tresmalhada, deslocada, a maior parte das vezes desvalorizada e apenas focada na objectiva, quando a mesma pretende evidenciar a beleza rotineira de um padrão...

Mas mudar como? Se o hábito é uma veste, que de tantas vezes nos assentar, nos faz pensar que nada nos assenta melhor ou pior, igual no antes e no depois... e vestidos dessa mesma forma, vamos assim como viemos, por entre ruas e ruelas, de multidões...

Os sonhos lidos em voz alta, contrastam com a realidade fria, que é nada desejar de tão grandioso, que para o alcançar, tenha que primeiro sonhar! O que é isso do sonho?

Talvez receie que na procura do sonho, eu me torne cego, surdo e mudo, e ao desejar o céu lá tão longe, deixe de ver o inferno que está sempre mais perto, tão mais perto!  

Talvez não exista já em mim, a humildade de agradecer o poder cumprir deste horário de reflexos em água, que olho e fotográfo e que quero guardar só para mim... talvez não valorize a alheira certificada com grelos que estou prestes a comer,  e não perceba o quanto os 8,5 euros, dariam para fazer... talvez não valorize o cumprimento cordial e simples do chefe... o mesmo que posa na parede ao lado do Nicolau Breyner, orgulhoso e contente... ou talvez o sonho exista em todo o lado, e ao mesmo tempo, em lado nenhum!

Levanto-me e pago! No topo da factura um nome: "O sonho"!
Primeiro sorrio, depois rio e finalmente gargalho... e percebo que cheguei ao fim deste texto!
Alguns sonhos não existem! Mas outros sim! Este tem morada, telefone... para que todos possam entrar, sentar, alimentar-se no próprio sonho!

Poderia a minha vida, em tudo o que me dá e o que me tira, tirar-me tudo isto?
Podia... claro que podia! 

Tenho que agradecer talvez, poder escrever sobre o sonho, num qualquer outro sonho!

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