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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Adeus!


Tenho vivido a insultar o negativismo que eu próprio trouxe para a minha vida. Apesar de tudo, apesar de todas as coisas extraordinárias que me têm acontecido, sem que eu perceba como, sem que eu perceba quando começaram, sem perceber de onde vieram, sem que me lembre qual o livro mexido na estante onde são guardados os segredos do futuro, que abriu todas estas varandas sobre a vida...
Há muito que não penso o quão sortudo eu sou por tudo o que sou, o que tenho, o que me deram, o que me fizeram ver, pensar e viver.

Maldita a depressão que carrego há já tantos dias... tantas horas, tantos segundos, tão longos sussuros para dentro, daqueles suspiros que invento, como se remexer isto em mim fizesse a tristeza desaparecer.

Há momentos na vida que sentimos que tudo muda. E, pelos vistos, não é preciso nenhum acontecimento especial. Basta perceber, basta querer ver, querer viver.

Nestes dias que antecedem o Natal há coisas que mandam em mim mais que aquilo que eu quero. Tem sido sempre assim... acho que desde sempre. E todos os anos coisas novas me chegam e coisas velhas me tentam...
Longe de mim imaginar que o defeito, como tantas vezes me disseram, era meu!
Que culpa tem a tristeza que eu não a largue? Que culpa tem a depressão, se ao abraçar-me de repente, se vê eternamente agarrada por mim, de uma forma tão forte, que até ela própria se sente farta de por aqui andar?

Pois eu decidi deixar a depressão ir embora. E a tristeza vai com ela, pelo mesmo preço... e elas agradecem! Estão cansadas de mim. E eu delas.

Vem aí o Natal dizem... E eu quero ver o Natal chegar com olhos de viver.

Devemos partir então para esta fase de forma positiva e motivada. É meio caminho andado para que tudo corra bem. E depois é não elevar muito as expectativas. O futuro acontece. E vai acontecer certamente.
Porque se quisermos tristeza no Natal, não faltam sítios para olhar, rostos e mãos para observar, pormenores para captar... nem que sejam nas lembranças...
Natal é alegria! - Sempre ouvi dizer... pois acredito!
Natal é alegria.

Olho para a vela alaranjada que "penumbra" o meu quarto lá ao fundo... dirijo-me a ela, aponto-lhe os faróis da memória que perdurará com a minha marca de água, algures no infinito de um sítio.

Um último sopro! O fumo que se liberta no fim contra a minha mão que o ampara...
Digo à tristeza e à depressão - "Adeus castigo!"
Agora fico sozinho... comigo!



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