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Andava algures na vida à procura de sentido. Perdi-me!
Não sei bem se foi numa nuvem, se num bosque, se num deserto, se num mar alto.
Não sei bem se foi numa nuvem, se num bosque, se num deserto, se num mar alto.
Não sei!
Não consigo recordar como cheguei aqui, a este lugar que não sei classificar. É fresco... é alto... é sossegado... é solitário!
Naquelas curvas imaginei tantas estradas. Tantos caminhos direitos às cidades que iria construir. Ainda recordo, a cada mudança de pano de fundo, o surgir dos sonhos bem por detrás das nuvens... Acontece-me mais quando venho... quando venho depressa... quando venho surdo pelo ruído das luzes a romper o escuro de qualquer regresso. Lembro melhor quando o som é alto e o sorriso é gasto, sem sentido... aberto!
Já vi isto passar e repassar na frente dos meus olhos pelo menos cinquenta vezes... não sei como começou, não sei o que mudou, mas sei como acaba, como termina de uma forma brusca e sem mácula... aquilo que não terminou!
Ouvi dizer que estavas bem... entregue! Ouvi dizer que é normal que a vida ande e que ela te ame... acho que ouvi dizer que, afinal, foi um erro o passado e que de nada serviu o tempo dado... mas serviu! Serviu para me mostrar que afinal, eu não estava errado!
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Abro os olhos devagarinho, como que a testar se este é o destino... volto a fechar um deles... não!
Não! Continuo no mesmo sítio. Nada mudou. Não amanheceu. Continuo apenas eu.
Não! Continuo no mesmo sítio. Nada mudou. Não amanheceu. Continuo apenas eu.
Eu, as curvas, o escuro do regresso e um sorriso gasto, sem sentido...
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