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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Toda a gente vê...

Talvez sejam fortes as palavras de raiva que de mim saem... pois estiveram muito tempo guardadas.
Às vezes, olho para algo e toda a cena se forma... consigo ver os passos, os encontros, os "guardar" e "mostrar"... dos tesouros. Ouço os latidos, o vento e os seus zumbidos, aqueles que rezam e os que vigiam...os bandidos!
Os que vão quando vão... os que ficam mesmo quando não estão... Coisas simples, de fácil confirmação. Não é um dom, não é percepção... não é quinta dimensão... é conhecimento! É ter estado, ter feito... 
Somos tão iguais... todos tão iguais mas pensamos, ao representar com jeito, que passamos no crivo da verdade, como se nada tivéssemos feito!
Não! Não passamos.
Toda a gente sabe! Uns viram, outros riram, outros se seguiram... outros apenas pressentiram!

Depois da verdade simples apurada, ganhamos prática na construção. Nem sempre se acerta. Nem sempre se comprova. Mas, a maior parte das vezes, não é preciso prova, para se saber a história... em breves traços evidentemente, mas que a nossa imaginação acaba por completar... histórias! Histórias que as mentes abafam, perdoam mas não apagam,  pois se notam em cada acção que fazemos hoje melhor que ontem... e como se notam!

Talvez seja intromissão... já pensei nisso, mas por que não? Despir os passados do ontem que explicam a luxúria do hoje e que impedem a tortura do amanhã...
A ser que seja agora e a não ser, que pelo menos pareça... mas não parece... cada vez menos me parece e cada vez mais acredito que acerto, porque cada vez mais comprovo...
E isto, tem tanto de fascinante como de diabólico. São flashes e flashes, takes e mais takes de vidas, umas vividas, e nas personagens substituídas, outras apenas desfocadas de rostos, mas ainda assim, claramente percebidas... entendidas. 
Sorrir! E porquê sorrir? Porque sim! Porque não é, porque não parece, mas ridiculamente achamos parecer.
Mas é um sorrir de raiva! Preferia não saber...
A maior parte das vezes, é a descoberta do passado que enterra a possibilidade de um futuro… são santos os sorrisos cândidos dos diabinhos que nas consciências, nas pequenas indecências, nas escondidas decadências dos cantos dos jardins, iluminam os demais… mas são apenas isso! E na verdade, não faltam testemunhas, pois toda a gente viu, toda a gente vê… toda a gente já sorriu!

M.



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