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terça-feira, 5 de abril de 2011

O meu leito!




"...Cravam-me sem piedade a alma 
e levam de mim todo o brilho que na pele mora... 
os riscos de sangue pintados, 
nos meus braços que envolvem, 
ardem como as chamas do inferno e queimam, 
as setas doces e frescas do cupido...

No topo da montanha mora, 
para além dos pontiagudos rochedos, 
as pétalas protegidas pelos monstros, 
que perpetuam os encontros,  
no baú dos meus tesouros, 
aos meus adormecidos sonhos...

E quando grito de dor a pele rasga, 
e mais a carne do peito paga, 
a escolha de um caminho incerto...

Mas a minha glória,
que o caminho não irá vencer,
me levará ao fim da história, 
esventrado pelos desafios do agora...

O tempo que meu corpo padecer, 
na busca de um eterno olhar no teu dorso, 
no momento em que eu nascer,
como sol no teu rosto, 
dar-me-á o direito 
de nada mais ter que viver...

Apenas adormecer no teu leito,
vestido a preceito,
morrer no teu abraço,
olhar no meu corpo cada traço,
mostrar-te o que fiz em cada dia,
e o que em cada dia poderia ter feito!"

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